Segundo mandato de Trump mostrará necessidade de controlar mídias sociais, diz Alexandre
8 de abril de 2025, 18h08
O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes acredita que o segundo mandato de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos acenderá um alerta mundial sobre a necessidade de regulamentação das mídias sociais.
“Acredito que as ações recentes do presidente Trump levarão os governos a perceber que, se não agirem agora para controlar as mídias sociais, será tarde demais”, disse o magistrado à revista americana New Yorker.

Alexandre de Moraes disse que os nazistas teriam conquistado o mundo se tivessem o ao X
A reportagem, publicada nesta segunda-feira (8/4), conta como Alexandre chegou ao STF e discorre sobre o papel do magistrado na defesa do Estado democrático de Direito brasileiro durante e depois das eleições presidenciais de 2022.
Em sua campanha para chegar pela segunda vez à presidência dos EUA, Trump utilizou fartamente as redes sociais para espalhar desinformação (como a alegação de que imigrantes estariam comendo cães e gatos no estado de Ohio), prática que não foi abandonada depois que o magnata assumiu o cargo.
Para Alexandre, as plataformas são “o maior poder de todos” porque “não apenas influenciam as pessoas, mas geram a maior receita de publicidade do mundo, dando a elas a força financeira para influenciar as eleições”, afirmou à New Yorker.
Ainda sobre o poder das mídias sociais como ferramentas políticas, o magistrado declarou que “se (Joseph) Goebbels (ministro da Propaganda da Alemanha nazista) estivesse vivo e tivesse o ao X (ex-Twitter), estaríamos condenados. Os nazistas teriam conquistado o mundo”.
Trump 2 x limites do Executivo
Embora o texto da revista não informe a que ações de Trump o ministro se referiu, é notório que o republicano tem testado o sistema de freios e contrapesos de seu país. Ele tem decretado, por exemplo, medidas que atropelam decisões do Congresso (como quando suspendeu os rees para a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional). E, se o Judiciário suspende alguma política de seu governo por entender que ela está além das atribuições presidenciais, Trump recorre por acreditar que o Executivo deve ter sempre a palavra final.
Como mostrou a revista eletrônica Consultor Jurídico, deputados do Partido Republicano propam o impeachment de juízes que decidem contra o chefe do Executivo.
Recentemente, Trump chegou a afirmar que não descarta um terceiro mandato como presidente, apesar de a 22ª Emenda à Constituição dos Estados Unidos determinar que nenhuma pessoa pode ser eleita à Casa Branca mais de duas vezes. Comentaristas políticos logo explicaram que a fala não se tratava necessariamente de uma ameaça velada de golpe de Estado: ele poderia tentar retornar ao Salão Oval sendo eleito vice-presidente ou speaker da Câmara americana (o ocupante desse cargo é o segundo na linha sucessória do país).
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