A misteriosa Gabriela

Meta precisa dizer quem é dono de perfil citado por defesa de Bolsonaro

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13 de junho de 2025, 20h17

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes ordenou que a empresa Meta, dona de Instagram, Facebook e WhatsApp, revele em até 24 horas de quem é o perfil Gabriela R, citado pela defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante o interrogatório do tenente-coronel Mauro Cid na corte.

Jair Bolsonaro durante seu interrogatório no Supremo Tribunal Federal

Segundo a decisão, a companhia precisa fornecer “todos os dados cadastrais, incluindo o responsável, o email e o número de telefone celular e eventuais outros dados cadastrados no respectivo de usuário”.

Além disso, cabe à Meta informar “se existem outros s vinculados e se foram ados por meio de navegadores de internet em notebooks ou computadores” e preservar “todas as mensagens enviadas e recebidas no período de 1º/5/2023 até 13/6/2025”.

De acordo com a revista Veja, o perfil no Instagram serviu para Cid conversar com pessoas próximas a Bolsonaro e contar sobre sua delação.

Em mensagens adas pela revista, uma pessoa, supostamente o tenente-coronel, disse a terceiros que os investigadores queriam “colocar palavras na minha boca” e há quantos dias estava depondo.

Também existiria uma conversa na qual o usuário afirmou: “Ele estava mal. Ele queria encontrar uma fraude nas urnas“, em possível referência a Bolsonaro, revelando ainda o teor da delação e perguntas feitas sobre a intenção de dar um golpe de Estado.

Ao firmar a colaboração com a investigação, o tenente-coronel ficou proibido de repetir o que disse à Polícia Federal e de ter contato com os demais investigados. Questionado pela defesa do ex-presidente se conhecia o perfil Gabriela R, Cid se limitou a responder que esse é o nome de sua mulher.

Interrogatórios

Nesta semana, os oito réus do Núcleo 1 da denúncia a respeito do golpe de Estado de 2022 precisaram se submeter a interrogatórios no STF.

Além de Bolsonaro e Cid, os réus desse grupo, tido como “crucial” pela Procuradoria-Geral da República, são: Almir Garnier (ex-comandante da Marinha); Alexandre Ramagem (deputado e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência); Anderson Torres (ex-ministro da Justiça); Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional); Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa); e Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil e da Defesa).

Clique aqui para ler a decisão
AP 2.668

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